Q18 – Como reter o talento e manter a C&T competitiva na Madeira?

Todos os intervenientes nesta questão, oriundos de diferentes backgrounds académicos e profissionais, desde a área privada à área estatal, defenderam várias ideias. Há algumas propostas que se salientam mais, nomeadamente o dar/criar condições para a investigação ocorrer; valorizar as pessoas; manter programas de apoio a funcionar ao longo do tempo, com regras claras e bem definidas para que as pessoas possam ter alguma estabilidade na forma como desenvolvem os seus trabalhos de investigação científica (as pessoas e as próprias instituições). Quando falamos em pessoas, falamos ao mesmo tempo em empresas, em laboratórios do Estado que, de alguma forma, têm de “saber com que agulhas se cozem” para o futuro.

Foi aqui também realçado que é bastante importante a ligação entre a investigação e a população. Não podem ser entidades completamente divorciadas, de costas umas para as outras, ou seja, é muito importante o marketing científico, é muito importante os investigadores terem a capacidade, ou obterem apoios para terem essa capacidade, para “pôr cá fora” aquilo que fazem e explicar às pessoas o que fazem (pois temos o dever absoluto de explicar aos contribuintes onde gastamos o seu dinheiro). Achamos fundamental esta linha de pensamento.

É necessária uma proximidade com a indústria. Estão aqui pessoas nesta área, que vêm sobretudo da área empresarial privada e industrial e sentem com certeza essa necessidade de aproximação entre a área mais académica, a Universidade, os laboratórios de Estado e as empresas do serviço Regional, onde é importante haver mais proximidade e que esta se pode traduzir em projetos conjuntos, etc.

Foi também aqui levantada uma questão que é fundamental, que é a questão da motivação. Só se pode reter talentos do ponto de vista reprodutivo, ou seja rentável, se eles estiverem motivados e, obviamente se houver essa motivação também haverá a capacidade de atrair novos talentos. Esta motivação é uma motivação quer em termos pessoais, quer em termos de reconhecimento público, governamental, etc, da investigação em si, da qualidade de investigação, das áreas de investigação que se desenvolvem etc. Porque parece ser sentido por todos nós que existem carências no reconhecimento que nós sentimos do trabalho que se faz e da pouca importância que eventualmente se lhe dá, ou eventualmente por vezes nenhuma importância.

Foram aqui também levantadas as questões de carência de meios, dado que é obvio que só se pode reter pessoas motivadas a trabalhar bem e a produzir bem se houver condições para isso. Já houve grandes investimentos na Região, mas ainda há lacunas na área das Ciências do Mar (o barco é uma lacuna fundamental, sem o qual pouco ou nada fazemos).

E, finalmente, porque no fundo a Ciência é Educação, porque tudo isto é Educação, e também é Cultura, e havendo uma ligação estreita entre a Educação e a Investigação, desde o início da escola os miúdos devem perceber a importância da investigação para o desenvolvimento de uma Região e posteriormente ajudar a criar uma consciência entre as pessoas para mais tarde legitimar as nossas atividades. Acrescente-se a divulgação científica, que é fundamental.

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